segunda-feira, 22 de junho de 2015

TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO ESCOLAR..

Permitam-me uma pequena história de contextualização: meu enteado durante 15 minutos me explica e demonstra o novo jogo que esta em seu celular (ele sabe que eu sou viciada em joguinhos eletrônicos, então compartilha com prazer).

O jogo é complexo pois ele tem que caçar e atacar zombies "a noite" e se defender deles levando em conta as suas características. Durante "o dia" deve construir abrigos adequados e esconder provisões,  conseguir diamantes pra conseguir comprar o que precisa. Enfim, tudo isto jogado em uma tela mínima de celular o que o obriga a memorizar a localização de todo o espaço por ele construído.

Ele domina o jogo e suas regras, além disso teve que desenvolver estratégias de jogo e pela pontuação que me apresentou tem tido muito sucesso em gerir o seu pequeno mundo.

MAS ELE TIROU ZERO "EM XADREZ", NA ESCOLA.

E eu pensando que em 1992 já havia se esgotada a discussão sobre a presença da tecnologia nos espaços escolares e de que maneira ela deveria ali estar.

Meu enteado não se interessa pelo xadrez e a escola não se interessa pelo jogo de zombies. E antecipo: a escola não deve ensinar o jogo de zombies, isto ele já aprendeu sozinho!

Agora me pergunto: a escola tem ajudado a ele e os demais alunos a discutirem o que fazem nestes jogos, tem feito que reflitam sobre as estratégias, tem incentivado a descrição e o estudo das melhores maneiras de se ganhar este ou aquele jogo.

A escola os tem feito pensar sobre o que JÁ sabem? Tem dado oportunidades para que ele consiga fazer generalizações a partir das estruturas cognitivas que já dominou SOZINHO a partir do jogo?

Ou mais simples ainda, a escola consegue verificar que os alunos tem raciocínio lógico matemático, tem evitado ensaio e erro, são capazes de formular hipóteses e testá-las, conseguem revisar suas estratégias para soluções de problemas procurando modelos de raciocínio mais rápidos e eficientes? E a partir disto tudo a escola consegue dar um passo a frente de seus alunos?

.... a escola tem oferecido aos alunos algo a mais do que eles são capazes de conseguir sozinhos com um celular?






sexta-feira, 12 de junho de 2015

Um pensamento vem rondando minha cabeça e me tem surgido nas diferentes leituras que faço:

Existe um marco conceitual extenso que sustenta a discussão sobre a inclusão das crianças com alguma deficiência na escola dita regular, principalmente as construções teóricas que analisam a diversidade humana.
Pois bem, em estando de acordo com estes conceitos afirma-se que a diversidade é fator humano e o desafio das sociedades hodiernas é acolhe-las no Estado de direito em que vivemos.

Reconhecer a diversidade do modo como ela se constituiu e garantir-lhe acesso aos direitos consolidados em tal e qual sociedade. Quanto a isto não há, da minha parte, nenhum questionamento.

Agora, dizendo da questão que me ronda, admitir que este marco conceitual amplo e complexo foi traduzido em uma norma operacional no texto da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva é forçar por um funil minúsculo todo este constructo ideológico.

Eu defendo a inclusão mas não defendo o texto legal da Política Nacional. Não acredito que o texto jurídico conseguiu alcançar o patamar de "norma operacional" dos conceitos que valorizam a diversidade humana e a coexistência de todos.

Aliás, o texto da Política Nacional, a exemplo do texto do PNE, é uma colcha sem sentido de retalhos mal costurados. Difícil encontrar ali a ideologia que me move...

Deixei de postar, na verdade deixei de escrever por uns tempos.. Escrever é um exercício penoso para mim pois tinha a ideia de que bons autores escrevem em uma tacada só.

Talvez agora, mais liberta desta premissa maluca consiga dar (melhor) vazão as questões que me afligem, interessam, mobilizam etc na e da Pedagogia.

Eu fico feliz com o meu retorno....