sexta-feira, 22 de março de 2013

PERFIL PROFISSIONAL

QUAL SERIA A LISTA DE CARACTERÍSTICAS DE UM BOM PROFISSIONAL QUE TRABALHA COM EDUCAÇÃO?

Primeiro de tudo: em qual área da educação?

Caso seja a educação escolar cabe ainda perguntar: educação pública ou privada?

Sim. Trabalhar com educação em escolas públicas exige, antes de qualquer outro adjetivo, o compromisso com a Escola Pública.

Escola Pública de qualidade, gratuita e acessível a todos os que nela queiram estudar.

Em segundo lugar compromisso com a educação como direito. Direito do outro que ali veio estudar, portanto não disponível para minhas opiniões ou restrições.

Compromisso com a educação pública.
Compromisso com o direito a educação.

Simples assim.. o resto é repertório de estratégia, atividade, texto etc.

segunda-feira, 18 de março de 2013

COMO SE APRENDE A DAR AULA...2

CONSIDERAÇÕES BÁSICAS:

Nem tanto ao céu nem tanto a terra. Tenho minhas críticas a antiga formação para o magistério, uma delas a idade em que se iniciava a formação. Eu, por exemplo, comecei o 1º ano do magistério com  14 anos de idade e sei que não era a melhor idade para se definir uma profissão.

Mas estas questões a parte, o que se aprendia no magistério, a proposta curricular deste curso era muito boa. Até por que era obrigatória a vivência dos estágios e o que não nos era bem apresentado ganhava sentido e significado na observação das professoras com suas turmas.

Primeiro os estágios de observação, em que ficávamos sentadas nos fundos de sala, imóveis para não atrapalharmos e atentas ao que a professora fazia já que tínhamos um roteiro de observação e registro.

Este roteiro nos ajudava a olhar para a aula e identificar nas ações da professora os conceitos discutidos nas nossas aulas: planejamento, sondagem de aluno, escolha de estratégicas didáticas, organização do assunto, uso de material de apoio, clareza nas explicações etc.

Após os estágios de observação nos era permitido passar aos estágios de prática, onde ficávamos responsáveis por pequenas ações de acompanhamento de aluno, explicação de tópicos, condução de atividades de lazer, apresentação de teatro e organização dos alunos para festas escolares.

E então, por último, o temido estágio de docência que tínhamos que realizar conseguindo autorização de professoras de outras escolas (ah sim! a escola onde cursei o magistério tinha salas de ensino fundamental e nossos primeiros estágios eram feitos ali).

Toda esta vivência me permitiu aprender a conduzir uma sala de aula, organizar propostas didáticas e calibrar as atividades de avaliação. Sem esta formação não teria ferramentas para o exercício profissional.

Pergunto: qual formação atualmente, garante a aquisição prática das habilidades para a carreira docente?

COMO SE APRENDE A DAR AULA...

CONSIDERAÇÕES INICIAIS:

O Estado brasileiro vem sucateando a formação inicial da carreira do magistério nos últimos 20 anos. 

Começa com a extinção dos cursos conhecidos como "magistério" onde era possível adquirir ferramentas práticas para o exercício profissional. 
Não sejamos ingênuos (ou maldosos) ao esquecer que a expansão dos cursos particulares de pedagogia coincide com este desmantelamento da formação pública e inicial.

Aliás, lembremos o nome do então Ministro da Educação que inicia este bem articulado movimento: Senhor Paulo Renato (que o diabo o tenha). Mera coincidência (?) o fato dele mesmo ser dono de sistemas particulares de ensino e sócio em diversas faculdad
es particulares. 
E sim, a partir deste novo modelo de acesso a carreira o Estado passa a ser o responsável pela formação continuada e em serviço (curioso verificar o aumento de parcerias com institutos e associações de grandes corporações para a realização desta formação). Surgem grandes projetos com grandes parceiros e a escola pública "ganha" amigos e parceiros para sua melhora.

É necessária atenção para esta sistemática difamação da escola pública! Ela serve a alguns interesses beeeem escusos em nosso país (fácil ler as notícias sobre o conluio de Chalita com o sistema COC - publicado em vários sites recentemente).

sábado, 16 de março de 2013

DAS PESSOAS AGRESSIVAS...

Esta semana foi a do ENCONTRO COM A AGRESSIVIDADE ALHEIA.

Sou voluntária em uma associação de pessoas com deficiência auditiva e estava por lá, uma tarde desta semana, resolvendo algumas questões. Chega até a associação uma mulher que diz ter uma DOAÇÃO a fazer.
Foi solicitado a ela que entrasse e deixasse na sala a tal doação.
Sim, ela precisaria subir uma escada.
Sim, a funcionária da associação não pode carregar peso.
Sim, a mãe de aluno ali presente estava realizando uma atividade.

A tal senhora ofendeu-se por ter que subir ela mesma a tal DOAÇÃO, mas mesmo ofendida em sua dignidade (!!!) subiu as escadas e deixou as três sacolas de compra na sala indicada. Ao sair, dirigindo-se a funcionária e a mãe de aluno diz:

- É por isso que a gente não tem que doar nada! Este bando de vagabundo só come por que a gente dá comida! Por isso que a gente não tem que ajudar! Bando de vagabundos!

Assim que a senhoura partiu a mãe e a funcionária me contaram o ocorrido. Agora, pasmem senhoras!

A senhora em questão não estava DOANDO nada, estava pagando com cesta básica (a mando da justiça) algum delito que cometeu.

Não tive a menor dúvida ao ligar para o Fórum e relatar o ocorrido a pessoa que ali se encarrega de expedir  tais ordens. Não por vingança, mas simplesmente por que é inadmissível que pessoas se julguem no direito de execrar o outro por achar que este tem menos "condição social".

Em que mundo esta criatura vive, de que modo se relaciona com as pessoas, de que maneira trata aos que lhe são próximos?

Confesso que contive meu vocabulário ao falar com a funcionária do Fórum. Minha vontade era pedir que, por favor ESTA VACA NÃO APAREÇA NUNCA MAIS AQUI!

DAS PROFESSORAS AGRESSIVAS

Cenário:
- alunos da EJA, copiando lição da lousa.
- professora escreve e explica a lição ao mesmo tempo;
- aluno pedindo lápis emprestado.

Cena:
(professora se vira ao ouvir o aluno falando):
Professora: QUANTOS ANOS VOCÊ TEM?
Aluno: 17
Professora: VOCÊ TRABALHA?
Aluno: Sim, sou ajudante de pedreiro.
Professora: POIS VOCÊ VAI MORRER ASSIM! NÃO VAI SAIR DISSO! NÃO PRESTA ATENÇÃO!
Outro aluno: A Senhora não ta aqui pra esculachar aluno! Faz a sua parte ai! Você é paga pra ensinar!
Professora: É POR ISSO QUE ESTE PAÍS NÃO VAI PRA FRENTE! UM CAGA E OUTRO VEM E SENTA EM CIMA.

Pode parecer mentira. Mas aconteceu estes dias e me foi narrado pelo aluno que saiu em defesa do outro. Ao contar a história termina dizendo que foi mandado para a diretoria por ter dito o que disse.

Chocante? Claro que sim!
Raro? Infelizmente não!

Eu sempre pensei, e não mudei de pensamento ainda, que ser professor não é para qualquer pessoa. Ignorância e preconceito não podem fazer parte do modus operandi de quem assume uma sala de aula.
Irritação, cansaço e desanimo acometem a todos, mas não existe desculpa para destempero e grosseria.

Por favor retire-se da profissão  - é o que eu diria em uma reunião pedagógica para esta pessoa.

O QUE ENSINAR NOS DIAS DE HOJE...

Estes dias passei em frente da escola onde estudei da 5ª até a 8ª série. Vi meninos e meninas, de mochila, uns entrando e outros livres da escola.

Fiquei pensando o que teriam aprendido naquele dia. Gregos e Troianos, tipos de solo do Brasil, classificação das plantas...

Lembrei das tardes calorentas que passei dentro daquela escola e da modorra que me tomava o corpo em determinadas aulas, vontade de sumir, desinteresse total até que eu arrumasse algo pra distrair. Nem que fosse uma briga com a professora.

Tem quanto tempo que ensinamos as mesmas coisas na escola? Será possível, realmente possível, que uma menina de doze anos de idade dos dias de hoje tenha as mesmas necessidades que eu, a mil anos atrás?? Será que nada, nada, nada mudou neste mundo a ponto de não precisarmos mudar algumas (se não todas) propostas de escolarização?

Minha cidade esta sediando o mundialito de futebol social. A cidade tomada pelas delegações de meninos de outros países.

Será que a minha antiga escola discutiu o evento? Ou será que meninos e meninas pularam o muro no mesmo lugar de sempre? Será que a cidade entrou na escola desta vez?

Fiquei rezando pra que eles tenham saído da escola e tenham ido fazer algo melhor, mais vivo, mais interessante. Que tenham encontrado com os meninos dos outros países e trocado olhares, observado as roupas e cabelos e que possam sonhar que foram eles a viajar.



terça-feira, 12 de março de 2013

ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA

Pelo amor do deus da matemática!!!!!!!!!

Vamos começar pelo básico:

Número é a idéia da quantidade;
Numeral é qualquer representação desta idéia (escrita, falada, digitada);
Algarismo é todo símbolo numérico que usamos para escrever os numerais;

Então adianta ficar escrevendo algarismos?

Nãããããããããããããããõ!


MEDICAÇÃO E EDUCAÇÃO

Sim sim, existem casos e condições em que a medicação é absolutamente necessária. Sem ela a criança não consegue ser e estar em grupo por vezes nem sozinha.


Mas quem decide pela medicação? quem levanta a possibilidade? quem suspeita da necessidade?

Que papel a escola desempenha neste momento?

Aliás que momento é esse? Normalmente meninos e meninas que não correspondem as expectativas, que ultrapassam limites, que não são e não estão "nos conforme".

Com que discurso a escola justifica essa suspeita?

De novo, não ignoro as condições em que a medicação é necessária, mas quero que pensemos um pouco no significado da afirmação "este menino precisa de algum remédio", "isto não é normal, precisa ir a um médico pra ver o que é isso".

O problema pode começar na escola e terminar em consultórios de médicos desatentos ou desleixados que assinam atestados e laudos indiscriminadamente. Processos equivocados de medicação causam danos físicos e laudos errados causam danos morais.

Pensemos!