quarta-feira, 8 de maio de 2013

CRIANÇA COM AGENDA DE ADULTO

Cada vez que me perguntam "o que há de errado com meu filho"? eu costumo responder, após ouvir uma novena de reclamações, que preciso conhecer a criança.

Na verdade faço isso como um teste, sim sim... teste para o tipo de educação que a criança vem recebendo. Apavora-me ouvir em resposta:

- deixa eu ver a agenda do meu filho (9 anos) pra ver quando podemos fazer esta atividade.

Como assim! Crianças com agendas semanais lotadas!? Escola, aula de reforço, aula particular, kumon, natação, informática, inglês...

O que fatalmente tenho encontrado são crianças estafadas, chatas, ansiosas, e com péssimo rendimento escolar. Efeito contrário do que o apregoado por cada uma das atividades realizadas por este pobre diabo infantil.

Por outro lado, pais histéricos pelo melhor futuro do mundo para seus filhos....

G-zuis! Quanta expectativa mal elaborada e quanta frustração!

Crianças precisam estudar, mas o parâmetro de sucesso para as novas gerações é outro.

Enquanto não entendemos isto, vamos deixando nossas crianças com a mesma agenda de saúde dos adultos:

estress, ansiedade e medicalizados...


segunda-feira, 15 de abril de 2013

EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA

Quando acho que já vi de tudo nesta vida me deparo com uma campanha bizarra pela volta da disciplina  EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA.

Bizarra primeiro pela confusão entre disciplina e proposta educativa. A campanha diz que o retorno é necessário por que nossos alunos não tem mais a noção de direitos e deveres!!!!!!!!!!!!!!

Ai minha Nssa Senhora da Pedagogia! Tira estes inúteis dessa profissão!

Até onde minha atualização profissional alcança, os conteúdos de cidadania deveriam ser tratados em todas as etapas e modalidades da educação nacional, nos sistemas públicos, particulares e filantrópicos.

Ou não?

O desenvolvimento do cidadão crítico foi proibido por novos parâmetros curriculares?

A inclusão de todo e qualquer aluno brasileiro na sociedade regida por princípios de cidadania é conteúdo riscado dos currículos escolares?

Pelo amor de qualquer coisa!

Gente que não consegue ter criticidade no próprio exercício profissional e que sai por ai repetindo qualquer sandice que escuta ou le!

Acendo vela pra Nssa Senhora da Pedagogia encontrar outro emprego pra esta gente.....

sifude viu!

MAIORIDADE PENAL PROFESSORES RAIVOSOS

PESSIMISMO TOTAL QUANDO VEJO EDUCADORES APOIANDO A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL....

QUEM TEM RAIVA DE ADOLESCENTE POBRE NÃO TINHA QUE TRABALHAR COM EDUCAÇÃO.....


Postei isso no Facebook estes dias e recebi apoio e críticas. 


Mas reafirmo,  esta atitude raivosa de vingança, essa satisfação em prometer cadeia mais cedo 


me assusta em quem trabalha com educação.

me preocupa em quem trabalha na educação pública

sim, por que deveríamos ser quem defende sobretudo a possibilidade de transformação do ser humano através da educação. E não através do cerceamento da liberdade.


Não duvido que estas pessoas vibrem de alegria quando é noticiada a morte de algum adolescente pobre e infrator: "menos um!"


Como alguém pode se declarar educador e pregar o cárcere como medida corretiva??

Como alguém pode ser educador e declarar raiva e sede de vingança por adolescentes e crianças pobres?

Me desculpem os colegas de profissão que apregoam esta ideia... mas eu simplesmente tenho medo de vocês. Gente que sente ódio e que deseja vingança ja que a redução da maioridade penal não é melhora da legislação, é simplesmente isso VINGANÇA DO MAIS FORTE.

E por ser vingança do mais forte é das mais torpes e violentas formas de repressão.

Tenho medo de gente assim...

quarta-feira, 3 de abril de 2013

DOS POLÍTICOS INÚTEIS

Existe uma gama de políticos inúteis.

Os que não tem competência técnica pra gestão pública
Os que não tem competência pra formar equipes
Os que não tem interesse no bem público
Os que não conseguem estabelecer agendas de governo

Particularizando um pouco,

Os que não conseguem organizar políticas públicas integradas
Os que não consideram as pessoas com deficiência prioridade

Antes que me acusem, entender como prioridade não significa governar apenas para esta parcela da população mas sim sempre considerar suas necessidades e especificidades no momento da elaboração das agendas de governo.

por estar nesta agenda nos últimos dez anos sinto o peso da ignorância de dirigentes municipais (com quem tenho contato mais direto) e a falta de compromisso ético.

Um causo concreto desta falta de compromisso:

Era uma vez um município que precisava contratar interpretes e instrutores de LIBRAS. Por total falta de competência técnica e/ou falta de ética elaborou um edital de concurso que efetivou um profissional para atuar nas duas funções. 

O erro é tão grosseiro que denuncia a má fé de quem elaborou tal edital. Mas pra quem não encontra o erro eu explico: 

a formação para ser intérprete e instrutor é diferente e específica
a função de cada um é diferente
misturando as funções a pessoa surda, que tem preferência no concurso para instrutor, tem seu direito violentamente desrespeitado.

Passa batido na maioria das vezes e pra maioria das pessoas, mas pra quem tem conhecimento ... 

EU NÃO ACHO A DEFICIÊNCIA "LEGAL"

Toda santa vez em que digo que trabalho com a agenda dos direitos das pessoas com deficiência recebo de volta algumas reações beeeeeeeeem engraçadas:

- AH que lindo!! Ainda bem que tem gente como você que faz isso viu? Eu mesmo não conseguiria, mas é importante que alguém faça!

- Nossa! Que coisa complicada hein! Você não acha que eles precisam ter um lugar só pra eles, separado e preparado pra eles? Sim, por que eu conheço a prima da amiga da vizinha da Raimunda e ela tem uma sobrinha deficiente que dá o maior trabalho.

- Deixa eu aproveitar e perguntar uma coisa, tem um sobrinho do meu marido (sempre é a família do outro) que é estranho sabe. Ele quase não sai do quarto e é estranho. O que você acha que ele tem?

Mas a reação mais curiosa (??) é a que diz:

- nossa! mas vc não fez UNICAMP? e trabalha com isso??????

A sugestão de desperdício é tão sutil que fico em dúvida. O que eu estou desperdiçando? A minha boa formação com uma população que não vale a pena? Será que realmente as pessoas pensam que atuar nesta área é perder tempo e dispersar esforços?

Isto me assusta tanto que não quero ter certeza de que existem pessoas que acham desperdício trabalhar com outras pessoas.



terça-feira, 2 de abril de 2013

ATIVIDADES RIDÍCULAS E INÚTEIS

Eu sei fazer cara de copo d'água.

Verdade! Basta um profissional da área da educação me mostrar ou descrever uma atividade pedagógica bisonha. Tenho controle absoluto dos músculos e nervos da face e consigo permanecer impassível, verdadeira pedagoga ninja!

Mas, para meu azar, não tenho controle nenhum sobre minha língua que aliás consegue ser mais rápida que o mais feroz mecanismo do superego. Eu acabo falando a minha opinião.

De muitas atividades pedagógicas absurdas

as que tentam ensinar matemática através da memorização simples dos algarismos
as que tentam ensinar operações matemáticas através da memorização simples

são as que me causam ataques na língua.

Vejam, dar para crianças pequenas a seguinte tarefa

$%$¨$¨+ &¨&¨&¨= ****

tem o mesmo sentido de

2+2=4

A Constance Kamii vai virar estátua na Suiça e os professores vão continuar ignorando a construção da ferramenta cognitiva da QUANTIFICAÇÃO.

Sem esta ferramenta a criança não entenderá as operações matemáticas

da soma - por que não sabem juntar
da subtração - por que não sabem tirar
da multiplicação - por que não sabem juntar várias vezes
da divisão - por que não sabem distribuir

Daí eu rezo pra Nssa Senhora de Pedagogia queimar os diplomas das pessoas e eu sou ruim!

Valei-me!

MELHOR OUVIR DO QUE SER SURDO?

Não sei mesmo se é melhor.

Dentre tantas coisas que me cansam na educação são as afirmações bizarras e levianas que alguns professores fazem.
E são bizarras por que desprezam os conceitos e se atém aos vocábulos;
E são levianas por que propagam ideias equivocadas como sendo verdades científicas;

Recentemente acompanhei o diálogo de duas professoras dentro de um ônibus:

- meus alunos não "afixam" nada, não tem memória
- nem os meus! aprende hoje esquece amanhã.

Não não caros amigos, a correção da língua é o que menos me incomoda neste momento.

O uso deturpado do conceito de memória
O não reconhecimento das causas da aprendizagem superficial e sem sentido
A culpabilização do aluno

Isto me incomoda e muito.

Memória é um conceito da psicologia (que deve ter referencia teórica para ser citado) e que é subdividido em tipologias e modos de "funcionamento". Alguns aspectos da memória (conceito global e generalizado) podem servir de apoio para determinados processos de aprendizagem.

Mas, a grosso modo, o que se baseia na memória sempre estará sujeito a um prazo de validade e a uma profundidade específica. Posso me lembrar hoje do trajeto até a casa da minha mãe, mas amanhã posso esquecer onde estava indo e fazer o trajeto errado.

Ao dizer da memória dos alunos estas professoras confessam um entendimento muito empobrecido dos processos de aprendizagem e de "ensinagem" e ignorância sobre o que seja memória.

sexta-feira, 22 de março de 2013

PERFIL PROFISSIONAL

QUAL SERIA A LISTA DE CARACTERÍSTICAS DE UM BOM PROFISSIONAL QUE TRABALHA COM EDUCAÇÃO?

Primeiro de tudo: em qual área da educação?

Caso seja a educação escolar cabe ainda perguntar: educação pública ou privada?

Sim. Trabalhar com educação em escolas públicas exige, antes de qualquer outro adjetivo, o compromisso com a Escola Pública.

Escola Pública de qualidade, gratuita e acessível a todos os que nela queiram estudar.

Em segundo lugar compromisso com a educação como direito. Direito do outro que ali veio estudar, portanto não disponível para minhas opiniões ou restrições.

Compromisso com a educação pública.
Compromisso com o direito a educação.

Simples assim.. o resto é repertório de estratégia, atividade, texto etc.

segunda-feira, 18 de março de 2013

COMO SE APRENDE A DAR AULA...2

CONSIDERAÇÕES BÁSICAS:

Nem tanto ao céu nem tanto a terra. Tenho minhas críticas a antiga formação para o magistério, uma delas a idade em que se iniciava a formação. Eu, por exemplo, comecei o 1º ano do magistério com  14 anos de idade e sei que não era a melhor idade para se definir uma profissão.

Mas estas questões a parte, o que se aprendia no magistério, a proposta curricular deste curso era muito boa. Até por que era obrigatória a vivência dos estágios e o que não nos era bem apresentado ganhava sentido e significado na observação das professoras com suas turmas.

Primeiro os estágios de observação, em que ficávamos sentadas nos fundos de sala, imóveis para não atrapalharmos e atentas ao que a professora fazia já que tínhamos um roteiro de observação e registro.

Este roteiro nos ajudava a olhar para a aula e identificar nas ações da professora os conceitos discutidos nas nossas aulas: planejamento, sondagem de aluno, escolha de estratégicas didáticas, organização do assunto, uso de material de apoio, clareza nas explicações etc.

Após os estágios de observação nos era permitido passar aos estágios de prática, onde ficávamos responsáveis por pequenas ações de acompanhamento de aluno, explicação de tópicos, condução de atividades de lazer, apresentação de teatro e organização dos alunos para festas escolares.

E então, por último, o temido estágio de docência que tínhamos que realizar conseguindo autorização de professoras de outras escolas (ah sim! a escola onde cursei o magistério tinha salas de ensino fundamental e nossos primeiros estágios eram feitos ali).

Toda esta vivência me permitiu aprender a conduzir uma sala de aula, organizar propostas didáticas e calibrar as atividades de avaliação. Sem esta formação não teria ferramentas para o exercício profissional.

Pergunto: qual formação atualmente, garante a aquisição prática das habilidades para a carreira docente?

COMO SE APRENDE A DAR AULA...

CONSIDERAÇÕES INICIAIS:

O Estado brasileiro vem sucateando a formação inicial da carreira do magistério nos últimos 20 anos. 

Começa com a extinção dos cursos conhecidos como "magistério" onde era possível adquirir ferramentas práticas para o exercício profissional. 
Não sejamos ingênuos (ou maldosos) ao esquecer que a expansão dos cursos particulares de pedagogia coincide com este desmantelamento da formação pública e inicial.

Aliás, lembremos o nome do então Ministro da Educação que inicia este bem articulado movimento: Senhor Paulo Renato (que o diabo o tenha). Mera coincidência (?) o fato dele mesmo ser dono de sistemas particulares de ensino e sócio em diversas faculdad
es particulares. 
E sim, a partir deste novo modelo de acesso a carreira o Estado passa a ser o responsável pela formação continuada e em serviço (curioso verificar o aumento de parcerias com institutos e associações de grandes corporações para a realização desta formação). Surgem grandes projetos com grandes parceiros e a escola pública "ganha" amigos e parceiros para sua melhora.

É necessária atenção para esta sistemática difamação da escola pública! Ela serve a alguns interesses beeeem escusos em nosso país (fácil ler as notícias sobre o conluio de Chalita com o sistema COC - publicado em vários sites recentemente).

sábado, 16 de março de 2013

DAS PESSOAS AGRESSIVAS...

Esta semana foi a do ENCONTRO COM A AGRESSIVIDADE ALHEIA.

Sou voluntária em uma associação de pessoas com deficiência auditiva e estava por lá, uma tarde desta semana, resolvendo algumas questões. Chega até a associação uma mulher que diz ter uma DOAÇÃO a fazer.
Foi solicitado a ela que entrasse e deixasse na sala a tal doação.
Sim, ela precisaria subir uma escada.
Sim, a funcionária da associação não pode carregar peso.
Sim, a mãe de aluno ali presente estava realizando uma atividade.

A tal senhora ofendeu-se por ter que subir ela mesma a tal DOAÇÃO, mas mesmo ofendida em sua dignidade (!!!) subiu as escadas e deixou as três sacolas de compra na sala indicada. Ao sair, dirigindo-se a funcionária e a mãe de aluno diz:

- É por isso que a gente não tem que doar nada! Este bando de vagabundo só come por que a gente dá comida! Por isso que a gente não tem que ajudar! Bando de vagabundos!

Assim que a senhoura partiu a mãe e a funcionária me contaram o ocorrido. Agora, pasmem senhoras!

A senhora em questão não estava DOANDO nada, estava pagando com cesta básica (a mando da justiça) algum delito que cometeu.

Não tive a menor dúvida ao ligar para o Fórum e relatar o ocorrido a pessoa que ali se encarrega de expedir  tais ordens. Não por vingança, mas simplesmente por que é inadmissível que pessoas se julguem no direito de execrar o outro por achar que este tem menos "condição social".

Em que mundo esta criatura vive, de que modo se relaciona com as pessoas, de que maneira trata aos que lhe são próximos?

Confesso que contive meu vocabulário ao falar com a funcionária do Fórum. Minha vontade era pedir que, por favor ESTA VACA NÃO APAREÇA NUNCA MAIS AQUI!

DAS PROFESSORAS AGRESSIVAS

Cenário:
- alunos da EJA, copiando lição da lousa.
- professora escreve e explica a lição ao mesmo tempo;
- aluno pedindo lápis emprestado.

Cena:
(professora se vira ao ouvir o aluno falando):
Professora: QUANTOS ANOS VOCÊ TEM?
Aluno: 17
Professora: VOCÊ TRABALHA?
Aluno: Sim, sou ajudante de pedreiro.
Professora: POIS VOCÊ VAI MORRER ASSIM! NÃO VAI SAIR DISSO! NÃO PRESTA ATENÇÃO!
Outro aluno: A Senhora não ta aqui pra esculachar aluno! Faz a sua parte ai! Você é paga pra ensinar!
Professora: É POR ISSO QUE ESTE PAÍS NÃO VAI PRA FRENTE! UM CAGA E OUTRO VEM E SENTA EM CIMA.

Pode parecer mentira. Mas aconteceu estes dias e me foi narrado pelo aluno que saiu em defesa do outro. Ao contar a história termina dizendo que foi mandado para a diretoria por ter dito o que disse.

Chocante? Claro que sim!
Raro? Infelizmente não!

Eu sempre pensei, e não mudei de pensamento ainda, que ser professor não é para qualquer pessoa. Ignorância e preconceito não podem fazer parte do modus operandi de quem assume uma sala de aula.
Irritação, cansaço e desanimo acometem a todos, mas não existe desculpa para destempero e grosseria.

Por favor retire-se da profissão  - é o que eu diria em uma reunião pedagógica para esta pessoa.

O QUE ENSINAR NOS DIAS DE HOJE...

Estes dias passei em frente da escola onde estudei da 5ª até a 8ª série. Vi meninos e meninas, de mochila, uns entrando e outros livres da escola.

Fiquei pensando o que teriam aprendido naquele dia. Gregos e Troianos, tipos de solo do Brasil, classificação das plantas...

Lembrei das tardes calorentas que passei dentro daquela escola e da modorra que me tomava o corpo em determinadas aulas, vontade de sumir, desinteresse total até que eu arrumasse algo pra distrair. Nem que fosse uma briga com a professora.

Tem quanto tempo que ensinamos as mesmas coisas na escola? Será possível, realmente possível, que uma menina de doze anos de idade dos dias de hoje tenha as mesmas necessidades que eu, a mil anos atrás?? Será que nada, nada, nada mudou neste mundo a ponto de não precisarmos mudar algumas (se não todas) propostas de escolarização?

Minha cidade esta sediando o mundialito de futebol social. A cidade tomada pelas delegações de meninos de outros países.

Será que a minha antiga escola discutiu o evento? Ou será que meninos e meninas pularam o muro no mesmo lugar de sempre? Será que a cidade entrou na escola desta vez?

Fiquei rezando pra que eles tenham saído da escola e tenham ido fazer algo melhor, mais vivo, mais interessante. Que tenham encontrado com os meninos dos outros países e trocado olhares, observado as roupas e cabelos e que possam sonhar que foram eles a viajar.



terça-feira, 12 de março de 2013

ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA

Pelo amor do deus da matemática!!!!!!!!!

Vamos começar pelo básico:

Número é a idéia da quantidade;
Numeral é qualquer representação desta idéia (escrita, falada, digitada);
Algarismo é todo símbolo numérico que usamos para escrever os numerais;

Então adianta ficar escrevendo algarismos?

Nãããããããããããããããõ!


MEDICAÇÃO E EDUCAÇÃO

Sim sim, existem casos e condições em que a medicação é absolutamente necessária. Sem ela a criança não consegue ser e estar em grupo por vezes nem sozinha.


Mas quem decide pela medicação? quem levanta a possibilidade? quem suspeita da necessidade?

Que papel a escola desempenha neste momento?

Aliás que momento é esse? Normalmente meninos e meninas que não correspondem as expectativas, que ultrapassam limites, que não são e não estão "nos conforme".

Com que discurso a escola justifica essa suspeita?

De novo, não ignoro as condições em que a medicação é necessária, mas quero que pensemos um pouco no significado da afirmação "este menino precisa de algum remédio", "isto não é normal, precisa ir a um médico pra ver o que é isso".

O problema pode começar na escola e terminar em consultórios de médicos desatentos ou desleixados que assinam atestados e laudos indiscriminadamente. Processos equivocados de medicação causam danos físicos e laudos errados causam danos morais.

Pensemos!


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

DISCIPLINA DISCIPLINA DISCIPLINA

Para minha prima Ana Luiza, que me ajuda com suas perguntas:

1. a ansiedade em acertar sempre cria tensão na relação pais e filhos/ professor e aluno;
2. a atenção exagerada a tudo o que se fala e faz gera artificialismo e distancia - filhos/alunos não são experimentos;
3. a tranquilidade da relação gera confiança e afetividade, fatores importantes para qualquer relação de ensino aprendizagem já que melhoram a comunicação;

DICAS DIRETAS:

1. ninguém da aula sobre regra, existem momentos propícios para apresentar a regra que controla/orienta a conduta das pessoas.
2. momentos mais tranquilos são os melhores, quando se conversa sobre o modo de ser e estar no mundo;
3. exemplos e mais exemplos concretos na conduta de todos os adultos em volta da criança;
4. quando regras são quebradas o "castigo" tem que estar vinculado (na medida do possível) com a falta cometida;
5. prestar mais atenção a intencionalidade do erro do que a extensão do dano (quebrou um copo por birra ou a mesa de vidro sem querer?)
6. falar sobre os valores que orientam (deveriam) a vida dos seres humanos - sem cair em pregação religiosa de nenhum tipo! - respeito ao próximo, respeito a vida em todas as suas formas, educação, atenção etc

Cada dica daria um livro inteiro.. conversemos sobre cada um se for necessário!

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

DE COMO SE DESENVOLVE A DISCIPLINA...


Como diz um amigo: “esse tal de Piaget” escreveu sobre o desenvolvimento do juízo moral na criança. Educadores nem se atrevam a dizer que nunca leram! Obra mais do que básica.

Pais em geral não lerão com muita facilidade pois se trata de livro de psicologia, repleto de conceitos que não devem ser entendidos pelo significado direto da palavra (assimilação e acomodação, p.ex). Pais interessados sobre o tema encontrarão outros livros, uns péssimos e outros muito bons.

Enfim, simplificando ao máximo quero trazer a afirmação inicial do livro de Piaget que me é  deflagradora de muitas reflexões.

“Ora, as regras morais, que a maioria das crianças aprende a respeitar, lhe são transmitidas pela maioria dos adultos, isto é, ela as recebe já elaboradas, e, quase, sempre, nunca elaboradas na medida de suas necessidades e de seu interesse, mas de uma vez só e pela sucessão ininterrupta das gerações adultas anteriores. Daí, a extrema dificuldade de uma análise que deveria distinguir o que provém do conteúdo das regras e o que provém do respeito da criança pelos seus próprios pais.” (O juízo moral na criança, Jean Piaget. Summus, 1994)

Não vamos perder muito tempo com esta reflexão. Educadores devem entender esta afirmativa e analisarem seus procederes junto as crianças – já que podemos e devemos nos incluir na categoria adultos que transmitem regras, certo? Pais e familiares devem se ater ao fato de que conhecer a regra e praticar a regra são duas ações diferentes para a criança.

Ações difíceis de serem harmonizadas quando:
a regra é dita, mas não é praticada pelo próprio adulto;
a aplicação da regra depende da energia do adulto (hoje eu não to afim, faz o que quiser);
a regra é negociada a cada momento – a isto se chama chantagem;

Piaget explica no livro como a criança começa a obedecer a regra, mas não adianta nada ler o livro se não nos colocarmos de pronto e imediato como os adultos que as apresentam para as crianças, se não assumirmos que sim, as regras serão aprendidas pelas crianças mediante o que ensinarmos.

Caso não nos coloquemos neste lugar, nesta responsabilidade, não conseguiremos entender o capítulo que descreve os modos de se estabelecer “punições” para as infrações. 
(continua...)

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O QUE INCENTIVAMOS SE SOLIDIFICA

Cada vez que um comportamento estúpido desencadeia tragédias ou desastres coletivamente nos perguntamos sobre sua origem - ou ao menos dos indignamos e acusamos os que não contiveram a estupidez alheia. O estúpido geralmente sai como a segunda vítima afinal "ninguém nunca o ajudou a ser menos estúpido".

Difícil mesmo conter estupidez do outro. Quando este outro é adulto é quase impossível.

Fica na conta do possível as atitudes que temos frente a comportamentos abusivos de crianças. Sim, amigos, crianças são malvadinhas quando querem.

Chamam os colegas de fedido, feio, gordo, preto, filho da puta e o que mais lhe estiver próximo como modelo.

Ah! é gostoso aplaudir comportamentos bizarros de criancinhas monstro, que são incentivadas a serem violentas, sexistas, preconceituosas, racistas e intolerantes não é?

Feio atrelar estes adjetivos a crianças? Feio é organizar a apresentação pública destes comportamentos: "vem aqui mostrar o que você faz com os bichinhas! mostra pra amiga da vó como é que o seu amigo gordo anda! pede pra ele fazer a cara de bandido, é de morrer de rir! vem aqui e imita aquela sua amiguinha louquinha"!

Vamos alimentando estes comportamentos até os 6 anos de idade, depois começa a perder a graça e o resto do mundo ganha um monstrinho.

E esse monstrinho se junta a outros, e formam grupos horrorosos. Mas sempre legitimados por alguém!
Até mesmo a mídia legitima loucuras enquanto elas tem um toque de "paixão desmedida".

Paixão desmedida só pode acabar em tragédia. Mas frente a tragédia ninguém assume a responsabilidade. Quem aponta o dedo pra acusar deveria antes olhar em volta e perceber que atitudes tem semeado pras crianças próximas. Isto para os pais, os educadores, a mídia e nós, que somos platéia de criança monstro.


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

DOS LIMITES HUMANOS

Descrever as sua própria experiência profissional sempre me dá arrepios. Por que os fatos narrados sempre remetem a uma imagem de "facilidade em lidar com tensão e problemas".



Por um lado, sim, uma vez superados é simples falar dos problemas. Por outro lado, vivencia-los nunca é tão suave como a narrativa posterior sugere.

O dia a dia da escola oferece ao gestor situações tensas, constrangedoras, complexas e nada nos prepara de antemão para elas.

Conversar com pais sobre violência contra a criança, chamar professoras para falar sobre baixo desempenho, avisar funcionários sobre seu remanejamento pra outros espaços, mediar brigas e discussões de pais e professores, enfrentar grupos hostis, fofocas profissionais... enfim uma infinidade de situações que não está descrita nos cadernos de textos das formações nem nos conteúdos da faculdade. 

E são estas situações que tiram o sorriso do rosto e nos deixam perplexas com a chatice dessa profissão ou função que assumimos. 

Eu tive sorte, muitas diretoras que acompanhei nos estágios me orientaram quanto a estas situações. Na falta de um estágio serve conversar com quem tem experiencia no assunto ou esta ocupando o mesmo cargo.

Só não vale se perder nesses assuntos desagradáveis e perder de vista a natureza da sua função e a centralidade da posição que um gestor ocupa na escola.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

SEGREDO PEDAGÓGICO 4 - MEDIAÇÃO DO OUTRO

Vejam o cenário: um grupo de 25 adolescentes na sua maioria meninos de 17/18 anos de idade.
Estes, em liberdade assistida, olham silenciosos para um único adolescente, cabelos longos, unhas esmaltadas e maquiagem suave.
Dias se sucedem com provocações maldosas e veladas. Eu, matutando como intervir fui surpreendida pela voz de Rai (o menino dos cabelos longos): "Luciana, quero trazer uma notícia de jornal pra comentar amanhã".
Nesta atividade diária o adolescente "da vez" fazia a leitura de uma matéria de jornal e em seguida apresentava ao grupo alguns questionamentos para guiar a discussão.
Rai lê em voz alta o espancamento de um homossexual em plena praça pública e diz que tem apenas uma questão: EU ACEITO, MAS PERTO DE MIM NÃO QUERO.
Antes que qualquer um se manifestasse, ele faz uma palestra sobre diversidade e identidade. Apresenta o grupo GLBT em que tem participação ativa.
O importante não foi como a discussão seguiu mas uma partida de futebol dominical dos meninos.
Ao chegar a quadra vejo todos envolvidos com o jogo.
Percebo ao longe Rai chegando com várias sacolas. Pães, refrigerantes, frios e chocolates.
Rai é considerado o participante mais importante do jogo de domingo, ele organiza todo o lanche. Voluntariamente.
Pergunto a ele se esta feliz com esta posição no grupo.
Ele me responde indignado: Lu! Estes meninos não são nada sem mim!
Ao que o grupo confirma, com gritos e sorrisos.

Acreditar que o outro é mediador, por vezes melhor do que você mesmo, desafio dos grandes.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

SEGREDOS PEDAGÓGICOS 3...

TEXTO "FATIADO" AJUDA NA ALFABETIZAÇÃO... ATÉ A PÁGINA 2.

SE FOR A MÚSICA DA DONA ARANHA
OU
DO SAPO QUE NÃO LAVA O PÉ,

NÃO FUNCIONA NUNCA.

SEGREDOS PEDAGÓGICOS 2

NINGUÉM ENSINA
AQUILO QUE NÃO SABE...

SEGREDOS PEDAGÓGICOS...

Primeiro segredo pedagógico: controlando o uso do vídeo game


Depois de séculos de desenvolvimento humano, hoje é possível controlar o tempo que seu filho fica no vídeo game bem como os jogos que ele joga!!!!!

Embora seja um método caro, de difícil aplicação, de uso recomendado apenas para experts ele oferece 100% de eficácia!

O método consiste em: RETIRAR A TELEVISÃO DO QUARTO DO SEU FILHO E INSTALAR O VÍDEO GAME NA SALA.

Parece difícil mas estudos mostram que, em tendo que COMPARTILHAR O ESPAÇO DA SALA com os demais membros da família o uso do vídeo game fica condicionado aos interesses de todos.

Mas este método tem um efeito colateral ainda não muito estudado. Parece que crianças que não tem televisão no próprio quarto desenvolvem atitudes de aproximação com os demais familiares o que pode provocar tensão nos que não sabem bem como agir como pais.

Recomenda-se a presença de bom senso para aplicar o método. Caso os pais não saibam exercer a sua função é melhor deixar a criança isolada no quarto, jogando o que quiser e aprendendo a viver pelo chat, skype, msn....

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

FORMAÇÃO PEDAGÓGICA

Senão vejamos,

Se podemos (devemos?) ser formados para o trabalho de forma, digamos:

1. genérica: pontualidade, prazos, assiduidade, iniciativa, organização - valores e atitudes necessários para qualquer atividade profissional;
2. específica para a empresa: valores da empresa, missão, organogramas, fluxos de comunicação, hierarquia decisória, setores e departamentos etc;
3. específica para a função que exercerei na empresa: o que farei como assistente, qual meu local de trabalho, a quem respondo, quais são as tarefas que me competem etc

Quando matuto sobre esta questão no latifúndio que me cabe, fico temerosa. Considerem o cenário que considero equivalente a citada acima:

1. A formação básica/genérica para o exercício do magistério (aquilo que qualquer educador) deveria saber a priori;
2. A apresentação dos planos político pedagógicos das redes/unidades escolares;
3. Formação contínua para cada cargo/função que exercerei na rede/unidade escolar;

Tenho percebido fragilidades nestes aspectos. Fragilidades sérias beirando já a gravidade. O Estado desaparecido desta função, assobiando no canto fingindo não ter responsabilidade sobre.

Como superamos?

domingo, 10 de fevereiro de 2013

ADAPTAÇÃO CURRICULAR.. PARTE FINAL

Deixa eu esclarecer:

1. ADAPTAÇÃO CURRICULAR FAZ PARTE DA CONCEPÇÃO TEÓRICA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL.

2. A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NÃO CONSIDERA A ADAPTAÇÃO CURRICULAR.

3. EU NÃO DISCUTO EDUCAÇÃO ESPECIAL.

BOM CARNAVAL!

sábado, 9 de fevereiro de 2013

ADAPTAÇÃO CURRICULAR

"EU ADAPTO ASSIM, EU CORTO AS GORDURAS DAQUELA MATÉRIA PARA OS ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL"

...

1. Gorduras da matéria? Você estava ensinando coisas desnecessárias para todos os alunos? O que exatamente estava sobrando? Que raio de planejamento é esse?
2. Você corta apenas para os alunos com deficiência intelectual, sei. Quais são os critérios para isso? Como você pode saber que o aluno com DI já está em seu limite? Esta avaliação é conjunta com o aluno?
3. Que tipo de planejamento você faz? Você pré estabelece "etapas de aquisição", você escalona o conhecimento?!!!!!! Você ainda não sabe a diferença entre pré requisito e conhecimento prévio????????

O MEC faria um grande favor ao mundo se retirasse de seu site o material de orientação para a adaptação curricular.

Não tem como discutir este assunto por que ele não tem ligação com a situação da deficiência. Seria como discutir cultivo de morangos para resolver problemas no freio do carro.

Os alunos com deficiência trazem para a sala de aula desafios para o planejamento e seleção das estratégias de ensino. Pensar que quem controla o nível de aquisição de conhecimento é o professor é ingenuidade que já deveria estar superada.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

DATAS COMEMORATIVAS SÃO CHATAS

Uma vez li um improvável livro sobre educação infantil que sugeria que o calendário escolar fosse organizado a partir das datas comemorativas.

Será que precisa muita discussão sobre o quanto isto é um absurdinho?

FALE CONOSCO...

A MODERNIDADE E A TECNOLOGIA PERMITIRAM COLOCAR EM ALGUM LUGAR DA PÁGINA DO BLOG UM ESPAÇO PARA VOCÊ ENTRAR EM CONTATO POR EMAIL....

É MAIS FÁCIL DEIXAREM AS PERGUNTAS POR LÁ.. ASSIM TENHO TEMPO DE MATUTAR O DIÁLOGO

SIM, DIÁLOGO, POR QUE RESPOSTAS NÃO HÁ...

REFORÇANDO: LUCURY1@GMAIL.COM

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

E POR FALAR EM AEE ... parte II

Recapitulando:

O AEE é EXCLUSIVO para pessoas com deficiência mas não é OBRIGATÓRIO, deve ser NECESSÁRIO.

E antes de falar dos atendimentos previstos em lei, quero divagar sobre um ponto crucial para quem esta a frente de salas de AEE e para quem esta envolvido com a implementação deste serviço.

Durante um certo período os alunos com deficiência visual e deficiência auditiva devem frequentar o AEE sem que seja necessária muita investigação - este período se refere ao início de seu processo de escolarização onde estas crianças precisam adquirir a LIBRAS e o uso do BRAILLE (ou de alguma outra ferramenta de tecnologia assistiva).

As outras deficiências precisarão SEMPRE de critérios sistemáticos de avaliação que indiquem a necessidade da matrícula no AEE.

Entretanto, em qualquer uma das situações é primordial que se inicie o trabalho fortalecendo as ferramentas individuais de comunicação.

Sem isto, este aluno nunca dirá de si mesmo e seguirá refém da caracterização feita pelos outros (mesmo que acurada).

Mas, pelo amor de qualquer coisa, não vamos trabalhar mais com este esquema de EMISSOR - RECEPTOR- MEIO E MENSAGEM.

Isto serve pra comercial de pasta de dente e seguro de carro! A comunicação que é útil e necessária é a que aproxima dois seres humanos, indivíduos com desejos, sonhos, necessidades e vontades.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

E POR FALAR EM AEE... parte I

Ah! este misterioso Atendimento Educacional Especializado.
Pra mim, tão mal interpretado e implementado quanto o ensino fundamental de nove anos e a progressão continuada. Mas, falemos sobre.

É sabido que o AEE é exclusivo para alunos com alguma deficiência MAS NÃO É OBRIGATÓRIO.
Em não sendo obrigatório, só pode ser considerado como NECESSÁRIO quando o histórico de escolarização do aluno assim o indicar.

Quando se fala em histórico escolar não estou admitindo relatos das últimas semanas de aula, nem do ano anterior ok? Estamos falando em levantar a hipótese de deficiência, portanto não sejamos levianos com este histórico.

Imaginando que o histórico de escolarização do aluno foi cuidadosamente elaborado, é obrigatório que a professora do AEE faça a sua aproximação do aluno. Esta aproximação compreende a análise dos relatórios elaborados sobre o aluno e o conhecimento do mesmo. Esta caracterização do aluno pela professora do atendimento especializado é o que define a matrícula ou não no AEE.

Além de definir a matrícula (ou não) do aluno no AEE o professor do AEE neste momento pode começar a traçar as linhas gerais do Plano de Atendimento Individual deste aluno.

Este Plano Individual leva em conta, o planejamento e currículo da escola/sala do aluno e as questões especificas advindas da deficiência e que precisam ser superadas.

Falemos do AEE para cada deficiência...

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

DOS LIVROS INCLUSIVOS

Esta pergunta sempre me embaralha.. QUE LIVROS DEVO LER, O QUE VOCÊ SUGERE DE LITERATURA SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVA?

Difícil responder por que posso listar os livros científicos, teóricos que foram relevantes para a minha formação. E, ao mesmo tempo, posso listar livros de literatura que me ajudaram com a mesma questão.

Por exemplo, eu frequentava diariamente a biblioteca de São Roque que organiza os livros em cada prateleira por nacionalidade do autor. Uma época eu me dediquei a ler 2 livros de cada nacionalidade e procurei pelos de contos tradicionais. Assim eu li contos chineses, árabes, alemães, italianos, portugueses etc.

Depois de um mês já percebia o que cada país tinha de peculiar na sua literatura e o que havia de humano portanto comum em todos. Todos tem uma princesa bonita que precisa ser salva pelo príncipe pobre que só ganha a confiança do rei depois de realizar tarefas, por exemplo.

Perceber a individualidade ao mesmo tempo em que se percebe a humanidade é, para mim, o mecanismo interno necessário para conviver pessoal ou profissionalmente com a diversidade - seja ela qual for. Fica simples! Eu não preciso me transformar no outro, não preciso adotar a sua peculiaridade, não preciso esquecer da diferença entre nós mas não posso me concentrar apenas neste aspecto.

O lado humano, portanto comum, é o que me aproxima de qualquer pessoa. E, repito, isto veio em grande parte deste exercício de aproximação que a  literatura me proporcionou.

Agora,também foi importante ler, dentre outros tantos:

A formação social da mente,  Vygotsky.
Ser ou Estar: eis a questão. Explicando o deficit intelectual, Maria Teresa Egler Mantoan
Inclusão escolar - o que é? por quê? como fazer?, Maria Teresa Egler Mantoan
Inclusão: um guia para educadores, William e Susan Stainback



segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

ENTENDENDO A EDUCAÇÃO INCLUSIVA...

Por primeiro lembrar que a educação é um direito da criança. Fácil de falar difícil de compreender o que de fato isto significa.

Vamos esquematizar:

1. Toda pessoa é um ser humano - nada, nenhuma característica, fato ou contexto muda esta condição. Isto significa que as questões de gênero, étnicas, raciais, religiosas ou de deficiência não mudam esta condição.
2. Foram acordados mundialmente direitos fundamentais para os seres humanos, dentre eles a educação.
3. A educação em nosso país é um serviço oferecido pelo Estado e pela iniciativa privada.
4. Sendo um direito, quem oferece o serviço deve oferecer para todos os seres humanos da população.
5. Sendo um direito quem oferece o serviço deve oferecer de modo a que todos os seres humanos da população possam acessá-la.
6. Portanto as adequações necessárias para atender as pessoas com deficiência são obrigatórias para quem oferece o serviço;

reclamem o quanto quiserem, mas a lógica é essa.

QUANDO OS FUNCIONÁRIOS NÃO FUNCIONAM?

Resposta: Quando o Diretor da escola não trabalha direito.

Ah é sim!!!!!

Se tem uma coisa que eu aprendi nestes 18 anos de exercício profissional é que funcionários de apoio são relegados ao anonimato e depois acusados de pouco entendimento e colaboração.

Quando você conversa diretamente com eles sobre o plano pedagógico da escola, sobre os planejamentos das professoras, quando você os convoca para todas as reuniões da escola, quando você os consulta para tomar decisões, quando você pede que lhe expliquem seu trabalho e portanto ouve suas requisições ... ou seja, quando você, diretor, os enxerga como parte ativa da escola eles realmente assumem seu papel de apoio.

Eu tive grandes parceiros neste grupo de profissionais. Mas tiveram que ser conquistados para o trabalho coletivo. E não foram conquistas fáceis por que de início não queriam colaborar, diziam a famosa frase NÃO É MINHA FUNÇÃO, reclamavam de mim nos setores competentes.. de pouquíssimos eu desisti e deixei seguir trabalhando, isolados do resto do grupo. A maioria passou a se enxergar potente e importante.

Para que sejam vistos, nós diretores temos que fazer algo bem bem simples. Andar pela escola o dia todo.
Sim, andar, parar na cozinha e observar o trabalho, fazer perguntas, pedir sugestões. Acompanhar a limpeza  dos espaços de uso coletivo. Conhecer o trabalho deles como conhecemos o dos professores.

Exemplificando:
1. uma merendeira me gritou uma vez que não faria pipoca por nada no mundo para a festa das crianças. Depois de muita conversa me disse que não gostava de lavar a panela depois da pipoca feita. Prometi a ela que eu mesma lavaria e assim o fiz. Suficiente para descobrir o inferno que era fazer a panelona caber no espacinho da pia!!! Conseguimos juntas a construção de uma daquelas cubas enormes. Ela nunca mais deixou de me dizer de suas dificuldades e eu nunca mais deixei de perguntar das possibilidades.
2. uma faxineira, cansada de me esperar comprar uma nova mangueira, me convidou pra lavar uma das janelas da escola. Tomei um banho pelo motivo que ela vinha me explicando a 1 mês!!!! Fomos, eu molhada e ela gargalhando, no mesmo momento comprar uma mangueira adequada.

Estes exemplos só pra dizer que mesmo quando somos atentos não sabemos de tudo sobre a nossa escola!


domingo, 3 de fevereiro de 2013

PERGUNTA DA PROFESSORA DE ARTES..

"EU GOSTO DE FAZER ATIVIDADE COM MÚSICA PRA QUE OS ALUNOS DESENHEM O QUE IMAGINAM, MAS COMO FICAM OS ALUNOS SURDOS?"

Primeiro que pensar sobre esta questão é exemplo de pauta para o HTPC.

Segundo que se esta professora acrescentasse a música objetos diferentes, figuras, potinhos com aromas etc    os alunos surdos poderiam utilizar estes apoios para realizar a tarefa.

Ao fim, todos os alunos teriam mais referencias para a realização da tarefa.

Resumindo:
1. a partir do desafio de ser (re)planejar por conta da presença de um aluno surdo a professora melhora sua proposta para a turma toda. Esta reflexão pode ser feita hipoteticamente - sem a presença de aluno com deficiência - mas com certeza a presença destes acelera determinadas discussões.
2. a atividade replanejada é exemplo de atividade diversificada.


HOJE É DOMINGO

Hoje é domingo
Pede cachimbo
Cachimbo é de barro
Bate no jarro
Jarro é de ouro
Bate no touro
Touro é valente
Bate na gente
Gente é fraca
Cai no buraco
Buraco é fundo
Acabou-se o mundo

sábado, 2 de fevereiro de 2013

TRABALHAR COM O QUE O ALUNO TEM DE BAGAGEM...

Difícil equilíbrio o de partir do que o aluno já tem, respeitando e não desmerecendo sua bagagem de vida, e ao mesmo tempo cumprir com o papel da escola em apresentar o mundo.

Certa vez, com um grupo de 25 meninos e meninas de 14 a 18 anos, eu já estava cansada das músicas que eles traziam pra ouvir durante a aula. Naquele momento o RAP paulista com toda a sua força e denúncia. Eu cansada por que não prestava atenção no que queriam me dizer com aquela repetição torturante de histórias de morte, assassinato, ladrões, da vida dos pobres de periferia.

Um sexta feira perguntei quem podia me emprestar os cds para que escutasse com mais atenção em casa. Sim, se havia tal fascinação deles, se eles diziam se reconhecer nas letras, se eles me diziam pra nem tentar falar que faroeste caboclo também denunciava eu precisava entender melhor aquelas músicas.

Durante a audição atenta me deparei com uma estrófe retirada de uma música da cantora Sade, cd que eu tinha.

Fez-se a oportunidade. Segunda feira, anunciei que eles todos iriam ficar absolutamente quietos por 3 minutos e ouviriam uma única música de meu repertório. Aguentei firmemente as caras de tédio, as simulações de sono e saboreei a reação de cada um e de todos quando ouviram o trecho que aparecia em um dos RAPs.

Dali foi fácil, quem é a moça que ta cantando? de onde ela é? o que a música ta falando? quem procura a letra? Convidei a turma a responder as próprias perguntas e propus ao grupo mais momentos como aquele, momento que passamos a chamar de MÚSICA QUE EU CONHECIA MAS NÃO SABIA QUAL ERA.

Toda segunda ouvíamos música... clássica, samba de raiz, pagode, forró, sertanejo, mpb, jazz.. e rap.



COORDENADORA PERGUNTA: QUE FILME FALA DE DIVERSIDADE?

Como chegou o fim de semana, falemos de filmes.
Antes um lembrete: filmes são ferramentas poderosas mas não são fábulas.
O que vale é a discussão que surgir, você pode tentar provocar uma determinada e ser surpreendido por outra.. aceite! Não raro, não provocam nada. Você é o único que se emociona
As vezes uma única cena diz tudo o que você quer provocar de reflexão. Conheça o filme profundamente, selecione cenas específicas, pare o filme e peça por reflexões, volte três cenas, faça perguntas, expanda a discussão com cena de outro filme, de suporte com um texto.
Enfim, não didatizando o uso de filmes mas tirando proveito do impacto que ele causa. Vivencie com o grupo as emoções, sensações e lembranças que o filme provoca.
Mas lembre, filmes não são fábulas que contém UMA ÚNICA MORAL DA HISTÓRIA.
Isto posto, alguns filmes tem como temática a diversidade em si como "A Cor Purpura", "Milk",  "O Escafandro e a Borboleta".
Outros falam de reações humanas frente a diferença: "A vila", "A língua das mariposas"
Outros falam do que há de mais humano em nós: "Tudo sobre minha mãe", "O Labirinto do Fauno", "O senhor das moscas", "Clube da Felicidade e da Sorte".

... um aviso, o que eu vi nos filmes acima não será o mesmo que você verá.
Portanto os catalogue a seu modo e a sua lista de filmes será infinita como a minha.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

EDUCAÇÃO ESPECIAL X EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Sabe aquela velha conversa sobre qual a sua concepção teórica?
Eu SOU sócio histórica, vigotskiniana, sócio interacionista.. enfim...

Creio que chegamos a um momento em que temos que começar a dizer claramente qual nossa concepção teórica para a escolarização de alunos com alguma deficiência.

Sim amigos.. declaremos em alto e bom som:

EU SOU EDUCAÇÃO ESPECIAL ou EU SOU EDUCAÇÃO INCLUSIVA.

Encontramos autores de renome nas duas concepções, encontramos pesquisas científicas que embasam uma e outra, encontramos respaldo teórico para cada uma delas.

Assim, espero que todo profissional de educação que afirmar ser partidário desta ou daquela concepção saiba dizer a partir de qual referencia TEÓRICA ele faz sua afirmação.

Chega de achismo, chega de opinião de leigo, afinal somos nós os profissionais técnicos desta área!

Aliás chega de achismo para qualquer assunto sobre educação! Achismo é pra quem não é da área.
A prática, a experiência acumulada servem parcialmente para estas afirmações tão categóricas.

Afirmar sua posição por este método de alfabetização, por esta concepção de educação física, sobre a escolarização de alunos com deficiência devem ser embasadas por concepções teóricas e EXEMPLIFICADAS com fatos da própria vivência.

DA DIREÇÃO DE ESCOLA...

Todo Diretor de escola deve ter um plano de trabalho

Tá bom tá bom.. eu sei que tem o Plano Político Pedagógico da Escola.. mas veja.. este é da escola!

E o seu plano de trabalho, Diretor?

Quais são os seus objetivos profissionais? Quais são as marcas identitárias que você quer deixar nesta unidade?

Adianto que o primeiro destes objetivos sempre será, para qualquer Diretor o de : Melhorar as condições de desenvolvimento e aprendizagem dos alunos.

Os demais objetivos podem ser o de melhorar as condições do espaço físico, ampliar a relação com a comunidade, superar a falta de material de apoio para alunos e professores.. enfim

Eu sempre me esforcei pra deixar a escola bonita.. sim, isso mesmo!

Deixar a escola bonita, gostosa de se olhar, com jardim cuidado, um lugar prazeroso pra se chegar todos os dias... acho que o meu lado Tistu fala alto neste momento!

DA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

Partimos sempre da caracterização certo?
Sim sim. nenhum professor se organiza pra trabalhar caso não faça uma boa e carinhosa caracterização de seus alunos. Isto o permitirá elaborar planos pedagógicos que contemplam DE FATO os potenciais e desafios de cada aluno e da turma como um todo. Lembrando da proposta das atividades diversificadas, só através desta caracterização é que professores podem elencar atividades pertinentes e possíveis de serem respondidas de diferentes modos por diferentes alunos.
Pois bem! O mesmo se passa com o coordenador.
Uma vez caracterizado seu grupo de professores ele deve elaborar seu plano pedagógico de trabalho. Nisto inclui-se as pautas de reuniões pedagógicas, a apresentação de materiais de apoio, a organização de propostas de trabalho coletivo que movimentem turmas de anos diferentes.

Mas.. parenteses neste diálogo.... Esta ação é  importantíssima e não deve se banalizar com a excessiva exigência burocrática, não deve se perder no meio de tantos outros formulários e papéis a serem preenchidos!

Aliás! pra que mesmo tanto papel?????

Registro é fundamental mas quando atende a função principal da escola: FAVORECER MELHORES CONDIÇÕES DE DESENVOLVIMENTO PARA O ALUNO.

Qualquer outro documento que ocupar o tempo e não servir para apoiar os alunos.. é perda de tempo.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

DE COMO DISCIPLINAR (OU NÃO)...

Mamãe,

Vamos brincar com palavras:

Faço tudo PELO meu filho.
Faço tudo PARA meu filho.

Sim sim... diferenças há!

Não discutirei o amor materno, nem a maternagem, nem o que se espera socialmente de uma mãe.

Mas note que as super nanny de televisão estão ganhando dinheiro por que você insiste em ser condescendente com seu filho e o deixa fazer, querer e ter tudo e qualquer coisa.

Não me venha com pieguices do tipo TUDO O QUE EU NÃO TIVE ELE VAI TER.. pois assim ele vai ter tudo o que você não teve, exceto educação.

Vamos lá! Quantas vezes você já ouviu a frase: crianças gostam de disciplina. Falta esclarecer que crianças precisam ser levadas a ter disciplina.

De novo, regras, horários, lugares certos para as atividades... e o mais importante de tudo.. você precisa ter disciplina pra desenvolver disciplina em seus filhos.

DE COMO DISCIPLINAR (OU NÃO)...

Querida Professora,

Aflita que estás com a disciplina das suas turmas. Pensativa, indagando sobre estratégias, pesquisando métodos, suplicando psicólogos.
Primeiro me diga da sua disciplina.
Ou melhor, o que me diriam seus alunos sobre sua firmeza em cumprir os acordos feitos? Sim, isto é disciplina.
O que eu observaria ao analisar seus planejamentos e suas realizações? Sim, isto é disciplina.
O que eu ficaria sabendo de você se perguntasse sobre sua observância das regras da escola e das orientações da coordenação/direção? Sim, isto é disciplina.
Mas dando a dica pedagógica do dia, li em algum lugar que as atuais gerações não se relacionam com as antigas através do respeito advindo da diferença de idade. Que eles precisam (re)conhecer motivos para a obediência e estes motivos vem da admiração pelo outro, status social que o outro ocupa, significados do que o outro faz... enfim eles precisam reconhecer no outro motivos de admiração que levam a obediência - independente da idade deste outro.
Vale pensar um tanto sobre isso...

ATIVIDADE DIVERSIFICADA - DESVENDANDO O MISTÉRIO

Atividade diversificada = possibilidade de responder de modos diferentes.
Simples assim. A maioria das professoras já tem no seu repertório pedagógico atividades com esta característica. Apenas ainda não sabem.
Exemplo básico: quando se organiza a preparação de uma salada de fruta com a turma toda, e se garante que as crianças assumam tarefas (pré determinadas pelo professor e/ou em parte escolhidas pelos alunos) e que as realizem EM GRUPO e autonomamente.
Exemplo básico: quando se organiza uma pesquisa científica, bibliográfica, temática, histórica e se permite que os alunos EM GRUPO organizem o melhor modo de apresentar as informações coletadas.
Exemplo básico: quando se faz uma gincana de conhecimentos e os alunos EM GRUPO respondem as questões e realizam as tarefas.
Não é necessário dizer que trabalhos EM GRUPO só dão certo com a supervisão e monitoramento do professor.

HAIKAI PARA O PROFESSOR QUE NÃO GOSTA DE LER...

MUDE DE PROFISSÃO
RÁPIDO.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O ESPAÇO-TEMPO NA CRIAÇÃO DOS FILHOS

Querida Mamãe,

De primeira, segunda, terceira viagem... não importa.
Pois veja, crianças precisam desesperadamente de espaço-tempo. Não não, não me refiro a respeitar a privacidade do celular deles (o que????).
Digo da necessidade de ter organizado os horários e os lugares de fazer o que..
Simples assim:

  • horário FIXO pra dormir, pra acordar, pra comer, pra fazer lição, pra ficar na rua, pra brincar
  • lugar certo pra ler, pra comer, pra brincar, pra dormir (não! sempre dormir com os pais não é saudável!), pra estudar.

Este aprendizado inclui a "minha casa e a casa dos outros" tá?
Crianças desprovidas de espaço-tempo não desenvolvem ritmo de vida, disciplina, auto organização. Crianças desorganizadas e caóticas são CHATAS e desrespeitosas já que não tem capacidade de discernir onde e o que podem fazer.
Cabe a escola apresentar a criança outro universo de espaço-tempo. O que e quando eu faço minhas coisas na escola.
E PELO AMOR DE SANTO VYGOTSKY DE PASSA QUATRO! NÃO ME VENHAM COM ESCOLA ENSINA E FAMÍLIA EDUCA!!!! NÃO É ISSO QUE ESTOU DIZENDO!

DIALOGANDO COM THYAGO SOBRE ALUNOS SURDOS

Thyago este meu querido amigo trabalha com alunos surdos.
Ele interpreta a vida, o mundo, as palavras e as sensações.
A sensibilidade e a delicadeza necessárias pra esta função ele tem.
Por isso apelo a ele (e sua conhecida delicadeza) para refletir sobre a afirmação:
MEU ALUNO É SURDO MUDO OU APENAS TÍMIDO?

Eu não saberia por onde começar a responder .....


EU NÃO SOU CONTRA A INCLUSÃO...SÓ ACHO QUE TEM ESCOLA MELHOR PRA ELES, E NÃO É A MINHA

Que cansaço!
Com que facilidade se proferem frases preconceituosas...
Com que dificuldade se discutem incertezas, dúvidas, limites e algumas incapacidades...
Fica a dica de como eu chegaria a falar sobre o assunto

ESSE INFERNO DE ATIVIDADE DIVERSIFICADA...

Nós pedagogos somos mestres ninja em inventar palavrórios que se transformam em enigmas gregos!
Neste (sub)assunto chamado de EDUCAÇÃO INCLUSIVA o termo atividade diversificada virou um fetiche.
Todo mundo usa indiscriminadamente e com um entendimento variado.
Posso dizer com toda a certeza que a maioria das pessoas entende o termo diversificado como sendo indicativo de muitas ao mesmo tempo.... E este é o entendimento mais equivocado que se pode ter.
Quem sabe se possa discutir o assunto seriamente....

EU JÁ FIZ DE TUDO...

Não sei dizer o quanto esta afirmação me irrita... Sim irrita!
Pela sua intransigência... por que quem assim fala esta dizendo: ou você me apresenta algo absurdamente inédito ou concorde que eu tenho razão em minha afirmação.
O professor que costumeiramente usa (e abusa) desta frase frequentemente se refere a um grupo específico de alunos - os fora do padrão.
Não vou discutir as diversas situações que levam a tal afirmação.
Se ao menos as pessoas dissessem TENHO A SENSAÇÃO DE JÁ TER FEITO TUDO O QUE PODIA..
Ah sim! aí sim eu discutiria eternamente e com toda a minha capacidade o caso apresentado pelo professor. O professor que assim se expressa me permitiria acolher a sensação de impotência - que sim nos acomete a todos nesta profissão.
A outra frase esconde a prepotência - e não raro  - o preconceito do professor.